terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Academia Brasileira de Ciências





A ciência é uma atividade que exige várias qualidades do praticante: boa dose de inventividade, iniciativa, organização pessoal e capacidade de 'vender' suas idéias. Mas a principal qualidade - que vale para todas as profissões - é o prazer de trabalhar como cientista. 

Para ser um bom cientista é necessário ter uma certa obsessão pelo desafio científico e a capacidade de entrega ao trabalho. Naturalmente, a criatividade e o preparo básico são coadjuvantes importantes, como também não descuidar de manter uma cultura geral, inclusive humanística, pois isso enriquece a pessoa e a torna mais criativa. 

Podemos citar o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o esforço na pesquisa e no estudo como características de qualquer pesquisador, seja em Veterinária ou em História. Isso sem falar nas capacidades de trabalhar em grupo e de se expressar bem, necessárias a qualquer pesquisa. Já, a observação acurada, a atenção aos detalhes e as capacidade de análise, de concentração e de organização são habilidades mais reservadas para o campo científico. 

Mas o pesquisador das Ciências da Saúde tem que ir além. Ele tem que ser capaz de, ao mesmo tempo em que foca o objeto analisado, pensar a questão num todo, sem perder o propósito inicial. Em outras palavras, ele tem que se aprofundar em suas pesquisas, mas também considerá-la amplamente, como ela interage com outras áreas da ciência e da sociedade. 

A interdisciplinaridade é de fato indissociável da área da saúde. Daí a necessidade de se ter um conhecimento amplo, geral e, se possível, profundo das ciências, desde a química, até a psicologia, na medida em que as causas das doenças são as mais diversas. 

Para isso também é prerrogativa a facilidade de interligar dados. A quantidade de informações vindas das mais diversas áreas tem que ser assimilada e organizada no direcionamento da pesquisa. 

É preciso iniciativa para desenvolver os projetos próprios de saúde pública, além de articulação para agrupar diferentes interesses nas intervenções sociais. A capacidade de comunicação também importa nesse sentido. 

Quanto mais gente na equipe, mais lentos são os processos. Por isso, o dinamismo é primordial para fazer as pesquisas evoluírem. 

A preocupação social é imprescindível. Assim como a saúde do paciente é uma questão central, também o bem estar das populações é uma das principais motivações. Sendo assim, tem-se que ter interesse em conhecer as populações contempladas, sua história e geografia, para otimizar a intervenção, sem resistência ou descaracterização da área. Um exemplo histórico do exemplo contrário foi a Revolta da Vacina e a reforma sanitária da cidade do Rio de Janeiro, realizada por Pereira Passos e Oswaldo Cruz no início do século XX, em que moradores do centro da cidade foram desalojados e vacinados sem aviso prévio, gerando grande resistência e revolta. 

Finalmente, há grande responsabilidade em se lidar com a saúde das populações. Se o tratamento de apenas uma pessoa já demanda muita responsabilidade, imagina o de centenas delas.

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